Histórico
O sistema de impressão flexográfica pode ser considerado um avanço do sistema de impressão tipográfico, ou podemos dizer que a impressão flexográfica se inspirou na tipografia (que por sua vez se inspirou na xiligravura).
No início do século o sistema já era utilizado, porém em pequena escala, por volta de 1920 o processo de impressão começou a ser utilizado em grande escala.
A princípio o nome do sistema de impressão era anilina, pois utilizava tinta à base de corantes de alquitrán ( da mesma família dos óleos de anilina).
Como o termo anilina (derivado de alquitrán – substância tóxica) dava a impressão que produtos impressos pelo sistema poderiam causar algum mal para quem os utiliza-se, então fornecedores, vendedores, … preocupados com esse impacto negativo resolveram lançar a proposta para a escolha de um novo nome. (nesta fase já utilizava pigmentos com características iguais aos outros processos de impressão).
Foi lançado em uma revista da área a proposta para a escolha de um novo nome, de onde se escolheu o nome Flexografia dentre muitos nomes enviados para a redação da revista.
Durante muito tempo as impressoras flexográficas não receberam a devida atenção de fabricantes de máquinas gráficas, no início eram máquinas grandes e desengonçadas, apresentavam muitas variações durante o processo de impressão, eram difíceis de ser operadas e perigosas. Muitas vezes eram fabricadas na própria gráfica.
Após a Segunda Guerra a Flexografia deu grandes passos em termos de evolução e utilização.
Flexografia
Definição: a definição oficial do termo foi – um método de impressão tipográfico rotativo que emprega pranchas (formas) de borracha e tintas líquidas de secagem rápida.
O sistema de impressão flexográfica tem como características principais a utilização de uma forma flexível em alto relevo, utilização de tinta líquida (à base de água ou solvente), sistema de impressão direto.
Forma
Para entendermos melhor o princípio da forma flexográfica podemos pensar em um carimbo, onde será entintada somente as áreas que estão em alto relevo (característica vinda da xilogravura).
Desenho
Esta forma será fixada no cilindro porta-formas na impressora, onde através de sistemas apropriados de entintagem, será realizada a aplicação da tinta na superfície da imagem em alto relevo.
Existem diversos tipos de formas que podem ser utilizados em flexografia, dependendo das características do impresso a se reproduzir, máquina à ser utilizada, substrato que será utilizado na impressão etc. (veremos melhor sobre formas no item Fomas).
Tintas
A tinta utilizada em flexografia é uma tinta líquida, podendo ser usado como agente de cor corante ou pigmento.
Essa tinta pode ser à base de água ou solvente, ou seja, a resina é solúvel em água ou solvente (dependendo das características e utilização do impresso a se obter).
Devido a característica de utilizar tinta líquida (e forma em alto relevo), o sistema de impressão flexográfica é um dos sistemas mais versáteis que existe, podendo fazer a impressão em diversos substratos, como papel, plásticos, sacos de ráfia, papelão ondulado, cerâmica, etc (com a utilização de máquinas especialmente fabricadas para cada utilização).
A impressão em substratos impermeáveis pode ser obtida devido ao fato da tinta ser líquida e de secagem extremamente rápida (com auxílio de aquecedores e ventiladores instalados no percurso do substrato após a impressão.
Sistema de impressão direto
Entendemos por este nome, que o sistema de impressão flexográfico realizará a impressão através da transferência da tinta da superfície da forma diretamente para a superfície do substrato (como um carimbo), sem que essa tinta passe por outras etapas antes de atingir o substrato. (como ocorre em offset).
Desenho
As impressoras flexográficas podem ser fabricadas conforme a necessidade do produto à ser impresso (cerâmica, papelão ondulado, papel, plásticos etc), sendo que em cada sistema será utilizado um modo específico de alimentação do substrato na impressora, podendo ser alimentação com bobinas, com folhas cortadas, com esteiras que prendem o substrato para receber a impressão etc.
Podem ser encontradas máquinas que possuem uma unidade de impressão (uma cor), como máquinas que possuem 10, 12, 14 unidades impressoras, podendo ser realizado a impressão somente na frente do substrato como também a impressão de frente e verso em uma única passagem pela máquina.
O sistema de saída da impressora (sistema de recepção), também varia muito de máquina para máquina, ou conforme o tipo de impresso realizado. Poderemos encontrar sistema de saída em bobinas, folhas, cartuchos (saída com corte e vinco) cadernos (editoria) entre outros, conforme necessidade.
A Impressora Flexográfica é composta basicamente por:
– sistema de alimentação
– conjuntos impressores
– sistema de secagem
– sistema de saída
Campo de aplicação da Flexografia
A flexografia possui um campo muito vasto de aplicação, pode-se projetar máquinas para realizar a impressão de determinados tipos de substratos, conforme a necessidade.
Como campo básico de aplicação posso estar citando:
Embalagens: altamente utilizado, muitos impressos em embalagens flexíveis são hoje impressos em flexografia, devido a evolução do processo num todo (tinta, formas, entintagem, suportes, eletrônica, etc)
Editoria: para editoria posso estar citando principalmente a impressão de cadernos, algumas revistas, livros. Porém o forte da flexografia ainda seja as embalagens.
Jornais: coloco aqui jornais para relatar que em alguns países estão sendo feita a impressão de jornais no sistema de impressão flexo, porém não seja muito comum (os jornais são impressos principalmente no sistema de impressão offset).
Diversos: papel de presente, sacos e sacolinhas, cerâmica, rótulos e etiquetas adesivas, impressos de segurança.
Vantagens da Flexografia
Uma das vantagens da flexografia é a capacidade para imprimir sobre uma ampla gama de substratos, desde ásperos e grossos até suaves e lisos, desde papel absorvente até suportes brilhantes e de alumínio.
As tintas líquidas são de rápida secagem, podendo-se imprimir sobre substratos não absorventes, necessitando geralmente de um sistema de secagem composto por aquecedores, ventiladores e exaustores, para uma perfeita secagem da tinta sobre o substrato.
Tintas à base de água, diminuindo a poluição e o forte cheiro dos solventes.
Possibilidade de mudar o diâmetro do cilindro porta-formas, resultando isto em um melhor aproveitamento do substrato como da forma. Pode-se preparar a montagem do próximo trabalho (colagem da forma no porta-formas) enquanto a impressora ainda está imprimindo outro trabalho.
Possibilidade de adaptar diversos sistemas de saída, como por exemplo com corte e vinco, hot-stamping, cadernos, etc.
Fonte: http://www.tecnologiagrafica.com.br/flexografia/flexografia.htm